A Rádio Nacional de Brasília estreou em 31 de maio de 1958, com um célebre discurso do presidente Juscelino Kubitschek. Nesta sexta-feira, 31 de maio de 2019, a emissora pioneira comemora 61 anos de transmissão ininterrupta.
(Acesse a programação especial desta sexta-feira, 31)
O discurso de inauguração
“Das vertentes amazônicas às coxilhas gaúchas, e dos contra-fortes andinos ao litoral atlântico, Brasília fará ouvir a sua voz, a partir deste momento, graças aos possantes transmissores da Rádio Nacional, que ora inauguramos. Milhões de lares disseminados nos mais recôndidos recessos do nosso terrritório participarão, assim, de ora em diante, da presença física e da convivência de Brasília, e reconhecerão a fisionomia familiar desta nova metrópole. Na mensagem diária da tenacidade e do arrojo dos que estão travando esta grande batalha patriótica no Planalto Central, brasileiros de todos os quadrantes recolherão o eco das emissões cotidianas da Rádio Nacional de Brasília, como um apelo ao seu patriotismo e ao seu entusiasmo cívico (…) A Rádio Nacional de Brasília, ora inaugurada, terá a responsabilidade de atuar como traço de união entre o Brasil atual e o Brasil do futuro, criando condições propícias para a convivência e para o intercâmbio cultural das nossas comunidades regionais”.
Inezita Barroso no auditório da Nacional de Brasília
Instalado inicialmente em um grande galpão da 507 sul, na Asa Sul da cidade em formato de avião, o auditório da Rádio Nacional foi palco de diversos eventos – com a apresentação de nomes da MPB e de talentos da músical regional e local. Em 1960, o estúdio foi transferido para a quadra 701 sul, no Setor de Rádio e Televisão Sul, e passa a formar rede com a Nacional do Rio de Janeiro. Na imagem, Inezita Barroso se apresenta ao público em 21/04/1959.
Radiobras e Nacional juntas
Na década de 1970, a Rádio Nacional de Brasília foi incorporada à recém-criada Empresa Brasileira de Comunicação (Radiobras), que tinha como função divulgar as realizações do governo federal nas áreas econômica, política e social. A capacidade de transmissão é aumentada, tornando a programação mais diversificada com serviços ao cidadão, noticiário e programas musicais e de variedades.
Parque do Rodeador
Em 1975, é inaugurado o Parque do Rodeador, que está localizado entre Brasília e a cidade-satélite Brazlândia. É nessa época que a rádio passa a operar com uma característica bastante peculiar: de manhã, ela era transmitida com 50 kW de potência pelo antigo transmissor localizado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). À noite, o novo potente transmissor de 600 kW levava a programação da emissora para todo o país.
Conteúdo cidadão
Nas décadas de 70 e 80, a Rádio Nacional de Brasília transita entre o entretenimento, com concursos de calouros, grandes shows (como os de aniversário da emissora – na foto acima, o show de comemoração dos 41 anos da emissora, em 1999 – e as edições do Piscina Show) e transmissões em auditório, e a informação, abrindo espaço para programas icônicos como o Viva Maria e o Revista Brasil. Já em 1998, a Nacional deixou de ocupar a sede da W3 Sul, apelidada de “barracão”, e se muda para um prédio com mais estrutura no começo da Asa Norte. Desde então até os primeiros anos do novo milênio, A Radiobras passou por diferentes reformulações na forma de fazer sua cobertura jornalística. E “a envolveu-se neste processo, o que acarretou mudanças na grade de programação, no conteúdo veiculado e na postura dos profissionais”, como destaca o trecho do livro “É bom viver Nacional“.
A rádio sessentona
Integrada ao conjunto de veículos que formam a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) desde 2007, a Rádio Nacional de Brasília mantém seu propósito de levar informação e utilidade pública aos cidadãos brasileiros, além de conteúdo educativo, cultural e de uma programação musical que respeita a diversidade e a pluralidade.
Ao longo do dia, o ouvinte sintoniza programas como o Madrugada Nacional (jornalismo, informações de utilidade pública e participação do ouvinte), Brasil Rural (voltado para o produtor rural e trabalhador do campo, com questões da agricultura e pecuária nacional), Revista Brasil (revista jornalística que traz debates, entrevistas e reportagens), Tarde Nacional (entrevistas sobre temas atuais, interação com os ouvintes e muita informação) e o Eu de Cá, Você de Lá (troca de recados, utilidade pública e uma seleção musical para quem gosta de música popular). A programação também abre espaço para o jornalismo, com duas edições do Repórter Nacional, e para o esporte, com as mesas-redondas Bate Bola Nacional e No Mundo da Bola.
Textos originais e pesquisa de imagem: Indiara Góes
Textos de apoio: MENDES, Nathália e SOUSA, Yvna. É bom viver Nacional: vidas sintonizadas em 980 kHz. Brasília, 2010. p. 39