Estudantes do ensino médio da Escola Estadual 29 de Novembro, em Tangará da Serra, participam do Projeto de leitura intitulado “Ler e coçar é só começar”. O trabalho está sendo desenvolvido desde o início do ano letivo com alunos do 3º ano e os resultados estão sendo apontados como satisfatórios.
Segundo a professora Maria Elena Santos Gomes, coordenadora do projeto, os resultados são positivos, pois os alunos estão mais críticos, demonstrando avanço na leitura, interpretação e oralidade.
Dois alunos, Micaelly e Diogo do 3º ano B, foram encorajados pela professora a apresentar o trabalho de leitura “Os sertões”, de Euclides da Cunha, no Encontro Regional de Leitura da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat). “Eles apresentaram com êxito”, ressaltou a coordenadora.
Ela lembra que, no início do projeto, houve resistência de alguns alunos, mas conseguiu motivá-los através de diálogo e uma antecipação resumida das narrativas para que optassem qual leitura seria mais agradável.
“Eles chamavam de leituras ‘menos chata’. E com isso foi possível iniciar a textualização dentro da sala de aula e foi um sucesso”, comemora a coordenadora.
Maria Elena lembra que, entre os fatores que a motivou a desenvolver o projeto foi perceber que a realidade atual tem afastado cada vez mais os alunos do ato e do hábito de ler. Além disso, levou em conta a defasagem apresentada para leitura e interpretação dos estudantes.
Uma vez por semana, os livros são levados à sala de aula para darem continuidade às leituras dos principais autores do Pré-Modernismo e Modernismo I e II fases.
Como parte do projeto, os alunos participaram “I Ciclo de Palestras sobre a importância da leitura”, organizado pelo coordenador pedagógico da escola Harrison Martins e professores da Unemat, pesquisadores do Projeto Literatura, Leitura e Ensino (LER). O evento ocorreu na terça-feira (28.05) no auditório do Centro de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica de Mato Grosso (Cefapro) de Tangará.
“Esse ciclo foi um sucesso, pois houve interação dos alunos com os palestrantes, o que enriqueceu ainda mais o conhecimento, a empatia, o repertório linguístico e vocabular dos alunos”, ressalta Maria Elena.
Maria Elena acredita que a maioria dos estudantes não tem livros, nem motivação para continuar a ler em casa. Por isso, o projeto deverá estender-se até o final do ano, para que os alunos sejam instigados ao hábito da leitura.
“O papel da escola, que é incluir, inserir o aluno, de maneira que ele possa se sentir parte do processo e somente com o apoio da direção e coordenação é possível vislumbrar um futuro melhor para nossos alunos”, argumenta.