Lumar Costa da Silva, de 33 anos, que matou e arrancou o coração da própria tia está apto a sair do Centro Integrado de Atenção Psicossocial à Saúde Adauto Botelho (CIAPS), segundo um laudo psiquiátrico da unidade. Ele está internado há 8 meses, após um documento entregue à Justiça apontar que ele tem transtorno afetivo bipolar.
Lumar matou Maria Zélia da Silva, de 55 anos, em julho de 2019, em Sorriso. Depois, ele ainda levou o coração da vítima e o entregou para uma filha dela.
O relatório feito pela equipe multiprofissional do Adauto Botelho diz que Lumar está “apto para alta hospitalar, não necessitando de cuidados intensivos por 24 horas e deve continuar o tratamento em modalidade ambulatorial com um Centro de Assistência Psicossocial (CAPS) de seu município”.
Com o relatório, o advogado Dener Felizardo, responsável pela defesa de Lumar, entrou com um pedido na Justiça para que ele saia da unidade e continue o tratamento em casa, já que não há pena a cumprir. O pedido foi protocolado na quarta-feira (22).
Com base no relatório de sanidade mental, a Segunda Vara Criminal de Sorriso absolveu sumariamente Lumar, em junho de 2022.
O que diz o relatório?
Lumar foi internado no Adauto Botelho no dia 5 de outubro de 2023. À época, ele foi transferido da Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, conhecida como “Ferrugem”, em Sinop, a 503 km de Cuiabá, para a unidade de saúde.
Segundo o relatório, durante o atendimento com as enfermeiras, Lumar não apresentou alterações comportamentais, teve boa aceitação das medicações e da dieta oferecida. “Apresenta-se calmo, orientado e comunicativo, receptivo e colaborativo”.
Sobre o atendimento com a equipe de Serviço Social, os profissionais informaram que ele sempre se mostrou calmo, com discurso lógico e coerente. Sempre participou das atividades propostas. Boa interação com os profissionais e com os demais pacientes. Durante as visitas e ligações com a família, se mostrava afetuoso e receptivo.
Com as equipes de atendimento psicológico “não apresentou alterações comportamentais graves, mas com alterações relacionadas a ambientação e aos pacientes que estavam em um nível de psicose mais acentuado”.
De acordo com os profissionais, Lumar possui referência familiar que estão em contato regular com os pais que irão acolhê-lo diante a desinternação. Ele deve continuar o tratamento na casa do pai, que mora em Campinas (SP), em regime laboratorial sendo referenciado a Rede de Apoio Psicossocial (RAPS) do Sistema Único de Saúde (SUS) do município.
Relembre o caso
O sobrinho tinha se mudado para Mato Grosso há quatro dias depois de tentar matar a mãe dele em Campinas, São Paulo. O delegado, à época, André Ribeiro, classificou rapaz como ‘repugnante, monstro e perturbado’.
Fonte: G1/MT