Morte de aluno tangaraense e julgamento de Ledur provocam mudanças no Corpo de Bombeiros

A morte do aluno bombeiro de Tangará da Serra, Rodrigo Claro, bem como o julgamento da tenente Isadora Ledur e toda a repercussão que o caso ganhou no país, provocaram mudanças na realização dos treinamentos do Corpo de Bombeiros em Mato Grosso.

De acordo com o comandante-geral, coronel BM Alessandro Borges Ferreira, ‘a força militar vai redobrar as atenções e acompanhamento da formação dos estudantes, além de exigir mais da aptidão dos novos candidatos’, afirmou ele em reportagem divulgada ontem pelo portal RDNews.

O coronel revelou que o CBM irá mudar a seleção e aumentar as exigências dos pretensos bombeiros para que eles cheguem mais resistentes e capacitados. “Nós vamos exigir mais habilidades na área aquática, em altura e em outros também, justamente para que o cidadão venha mais preparado para suportar melhor os nossos treinamentos”, disse.

Ao portal, o comandante-geral ressaltou que o treinamento é difícil porque os bombeiros precisam salvar vidas, inclusive em detrimento das deles próprios. Cita como exemplo o combate aos incêndios florestais. “Não é fácil caminhar 30 km, 40 km no sol e a uma temperatura de 200 graus no local. Então, exige muita capacidade física e resistência do bombeiro”, afirmou.

Morte de aluno tangaraense

Sobre a morte de Rodrigo, o coronel Alessandro diz que foi um fato isolado. “Não temos nenhum caso recorrente”. O comandante-geral evitou também dar maiores opiniões sobre o resultado do julgamento da tenente e negou que o Conselho Especial de Sentença da Justiça Militar, que condenou Ledur, tenha sido leniente, ou seja, abrandado a pena por corporativismo. “A Justiça decidiu e não vamos arguir”, disse.

Condenação por maus tratos e prisão em regime aberto

Izadora Ledur foi condenada por maus-tratos, pela Justiça Militar a 1 ano de prisão em regime aberto. O Ministério Público queria a condenação por tortura por entender que a tenente castigava Rodrigo por meios dos caldos e afogamentos. A justificativa é que o aluno bombeiro não apresentava desempenho excelente.

No entendimento do juiz Marcos Faleiros, entretanto, não houve tortura. Entendimento foi seguido pelos majores Paulo César Vieira de Melo Junior e Ludmila de Souza Eickhoff.